A COVID-19 ocasiona uma pneumonia viral que leva ao adoecimento das vias aéreas, parênquima pulmonar, vascular pulmonar e neuromuscular respiratória, o que impacta em uma importante perda de força muscular respiratória e global, onde o paciente pode cursar com uma insuficiência respiratória aguda, podendo ter como desfecho a Síndrome Respiratória Aguda Grave (severe acute respiratory syndrome-SARS), que se constitui a apresentação clínica mais comum de COVID-19 grave.
Na nossa experiência pacientes fora do grupo de risco também apresentaram manifestação grave da doença com mais de 50% de área pulmonar acometida, o que representa um alerta importante para o público que se considera protegido por não pertencer ao grupo de risco.
A pneumonia provocada por esse vírus é a manifestação clínica grave mais frequente de COVID-19 e tem como sintomas frequentes a febre, tosse, dispneia (sensação de falta de ar), hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue arterial). Tosse seca é mais comum que uma tosse produtiva. A dispneia aparece após um tempo médio de 5 a 8 dias após o contágio inicial.
Os pacientes infectados por COVID-19 podem se beneficiar com o programa de reabilitação pulmonar desde quadros leves até os mais graves, porém os que requerem uso de ventilação mecânica em decorrência da insuficiência respiratória hipoxêmica grave são os que exigem maior período de tratamento e uma equipe de Reabilitação Pulmonar multidisciplinar mais robusta para tratar as sequelas pulmonares pós-covid que envolve a presença de médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionista e/ou nutrólogos e fonoaudiólogos. Ilustramos aqui um dos nossos resultados de tratamento para você visulizar a reversão das lesões pulmonares após paciente ter sido submetido a nossa metodologia e protocolo de reabilitação pulmonar pós-covid
Uma compreensão detalhada da fisiopatologia respiratória de COVID-19 permanece ainda imprecisa, mas as observações clínicas, radiológicas e patológicas publicadas em vários estudos científicos oferecem pistas sobre a patogênese respiratória do COVID-19 e levantam questões que vão esclarecendo e apontando o caminho para elaborarmos conduta de tratamento para realização do plano de reabilitação pulmonar e assim poder recuperar as sequelas pulmonares pós-covid, devolvendo ao paciente a capacidade funcional para retomar suas atividades de forma produtiva e saudável.
O epitélio do trato respiratório é o principal ponto de entrada para beta-coronaviridae, que inclui SARS- CoV-2, MERS-CoV (coronavírus relacionado à síndrome respiratória do Oriente Médio) e SARS-CoV, no hospedeiro humano.
O epitélio das vias aéreas atua como barreira a patógenos e partículas, prevenindo infecção e lesão tecidual pela secreção de muco e ação de limpeza mucociliar, mantendo o fluxo aéreo eficiente. Partículas inaladas de SARS-CoV-2 provavelmente infectam diferentes tipos de células epiteliais em seu caminho para o pulmão distal (também conhecido como pulmão profundo), ocasionando lesões mais graves na região das áreas alveolares, onde as trocas gasosas são realizadas.
Os danos ocasionados nessas áreas distais das vias aéreas precisam ser revertidos de forma rápida dentro do processo de reabilitação pulmonar do paciente para evitar sequela como a fibrose pulmonar, um desfecho que tem sido apontado em estudos científicos e observado em pacientes que não são submetidos ao tratamento de reabilitação pulmonar adequados. Para isso precisamos utilizar aparelhos de pressão positiva, como o BIPAP, durante curso do programa de reabilitação pulmonar para promover uma ventilação efetiva nessa área do pulmão profundo e obter melhores resultados de tratamento. O ideal é o que o paciente inicie tratamento logo após a alta hospitalar já estando curado do processo infeccioso da Covid-19 para obter maiores benefícios do programa de reabilitação pulmonar e possibilidade de reversão das áreas pulmonares lesionadas.